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A máquina de moer os dias

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  Não há ninguém mais exilado do que quem escreve cartas. A esse, é negado o território, o tempo, o diálogo. Para ele, só resta a letra, o refúgio da linguagem.   Desde que li Vapor barato (Iluminuras, 2018), noto em Wilson Alves-Bezerra nã o a fragmentação (tecnicamente natural em se tratando de um romance epistolar como este), mas algo mais: a inconciliável busca de uma unidade, só alcançada no outro, na interlocução impossível no universo dos seus romances.   Neste A máquina de moer os dias, o autor está decidido a narrar o exílio (e também o asilo) dos seus personagens, agarrados a fiapos de fala – elemento caro aos psicanalistas. Contudo, a psicanálise é um tipo de literatura, de sinais trocados. Se Vapor barato está para a tal “teoria da alma”, este A máquina de moer os dias dá todos os sinais do caso psiquiátrico. Crônico. Nacional. Sua “sintaxe da loucura”.   E, em vez da retórica, do discurso e da catarse mediada, Wilson prefere nos colocar no hiato dessas f alas, seus personagens viajando no tempo.   Este romance é sobre o lapso, a lacuna, o silêncio.   Como narrador, Wilson nos exila nesta sua ucronia, seu todo bem-construído horror vacui. Fragmentário.   Agora veja: o fragmento é um pol o. Quando se tenta compreender, por exemplo, a história recente e futura do país por ‘polarizações”, se tenta entender o fragmento, o estilhaço da granada, sem se ter entendido ainda a própria granada. É entender o todo pela soma de suas falhas, ness a estranha gestalt. Este romance denso liga os pontos do passado aos do futuro, no presente.   Portanto, leitor e leitora, estas cartas surgem onde tudo falhou. E talvez seja quando tudo falhe que se originem todas as missivas: de suicídio, cart as-abertas, de amor, ridículas ou não. As cartas deste denso romance são filhas de alguma forma de lacuna, de falas interrompidas, de ausências.   Nessa ideia de deslocamentos no tempo-espaço, emerge outra forma de terror: o fato de nem Milena n em o narrador/remetente nem Clareza Solar, nascendo ou não, nem nós nem ninguém poder fugir ao nosso destino. A palavra é do reino dos carteiros, mas denuncia, antes, a ideia trágica por detrás deste romance, onde não faltam representações da violênc ia política, no Brasil, nas Américas, em todo lugar e em todos os tempos.   E, para ficar ainda no universo das cartas, a vida e este romance não admitem post scriptum, vulgo P.S. Eis a verdadeira tragédia. Sidney Rocha   Wilson Alves-Bezerr
Autor(es):
Alves-Bezerra, Wilson
Dimensões:
22,5cm x 15,5cm x 5,0cm
Páginas:
160
Acabamento:
BROCHURA
ISBN:
9786555191905
Código:
924267
Código de barras:
9786555191905
Edição:
1
Idioma:
Português
Peso:
180
  • Informações do produto Seta - Abrir
      Não há ninguém mais exilado do que quem escreve cartas. A esse, é negado o território, o tempo, o diálogo. Para ele, só resta a letra, o refúgio da linguagem.   Desde que li Vapor barato (Iluminuras, 2018), noto em Wilson Alves-Bezerra nã o a fragmentação (tecnicamente natural em se tratando de um romance epistolar como este), mas algo mais: a inconciliável busca de uma unidade, só alcançada no outro, na interlocução impossível no universo dos seus romances.   Neste A máquina de moer os dias, o autor está decidido a narrar o exílio (e também o asilo) dos seus personagens, agarrados a fiapos de fala – elemento caro aos psicanalistas. Contudo, a psicanálise é um tipo de literatura, de sinais trocados. Se Vapor barato está para a tal “teoria da alma”, este A máquina de moer os dias dá todos os sinais do caso psiquiátrico. Crônico. Nacional. Sua “sintaxe da loucura”.   E, em vez da retórica, do discurso e da catarse mediada, Wilson prefere nos colocar no hiato dessas f alas, seus personagens viajando no tempo.   Este romance é sobre o lapso, a lacuna, o silêncio.   Como narrador, Wilson nos exila nesta sua ucronia, seu todo bem-construído horror vacui. Fragmentário.   Agora veja: o fragmento é um pol o. Quando se tenta compreender, por exemplo, a história recente e futura do país por ‘polarizações”, se tenta entender o fragmento, o estilhaço da granada, sem se ter entendido ainda a própria granada. É entender o todo pela soma de suas falhas, ness a estranha gestalt. Este romance denso liga os pontos do passado aos do futuro, no presente.   Portanto, leitor e leitora, estas cartas surgem onde tudo falhou. E talvez seja quando tudo falhe que se originem todas as missivas: de suicídio, cart as-abertas, de amor, ridículas ou não. As cartas deste denso romance são filhas de alguma forma de lacuna, de falas interrompidas, de ausências.   Nessa ideia de deslocamentos no tempo-espaço, emerge outra forma de terror: o fato de nem Milena n em o narrador/remetente nem Clareza Solar, nascendo ou não, nem nós nem ninguém poder fugir ao nosso destino. A palavra é do reino dos carteiros, mas denuncia, antes, a ideia trágica por detrás deste romance, onde não faltam representações da violênc ia política, no Brasil, nas Américas, em todo lugar e em todos os tempos.   E, para ficar ainda no universo das cartas, a vida e este romance não admitem post scriptum, vulgo P.S. Eis a verdadeira tragédia. Sidney Rocha   Wilson Alves-Bezerr
  • Especificações Seta - Abrir
    Autor(es):
    Alves-Bezerra, Wilson
    Dimensões:
    22,5cm x 15,5cm x 5,0cm
    Páginas:
    160
    Acabamento:
    BROCHURA
    ISBN:
    9786555191905
    Código:
    924267
    Código de barras:
    9786555191905
    Edição:
    1
    Idioma:
    Português
    Peso:
    180