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Cód. Produto: 167783

CICATRIZ DE MARILYN MONROE, A

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O OLHAR DO FOTÓGRAFO, O OLHAR DO POETA Nascida Norma Jeane, Marilyn Monroe tinha lampejos como: “Pri­meiro preciso convencer a mim mesma de que sou uma pessoa. Depois talvez me convença de que sou uma atriz”. É imediato associar tal inquie­tação à ir onia de um Álvaro de Campos: “Conheceram-me logo por quem não era e não desmenti e perdi-me”, ou à de um Bernardo Soares: “Sonhar é muito mais prá­tico que viver”. Fernando Pessoa é talvez quem esteja mais à mão, mas poderíamos pensar em vários outro s poe­tas, artistas e pensadores com os quais Marilyn dialoga, de Nietzsche a Deleuze, todos empenhados em esta­be­lecer o limite entre norma e exceção, verdade e mentira – a vertiginosa perquirição da identidade em crise. Tal é o entrecho do poema d ramático  A cicatriz de Marilyn Mon­roe, longo monólogo em que Marilyn divide a cena com seu duplo, Norma (ou seria o contrário?), enquanto aguarda a chegada do fotógrafo da  Vogue. Enquanto espera, Marilyn mergulha fundo em si mesma, dispost a a se revelar por inteiro, e diz, brincalhona e fatal, ao fantasma do fo­tó­grafo: “Vamos ver se você segu­ra o tranco, se é bom de câ­ma­ra, / se a alma não sai pela boca quando eu ficar bem perto, / à queima-roupa, e abrir os olhos / para além da metáfora de florir”. Mirando-se no espelho, Norma reconhece: “Perdi a vida por amar o disfarce”. Mas imediatamente em seguida, na mesma frase, Marilyn retruca: “o artifício é o dom / dos que não se contentam com pouco e cavalgam alheios / no pelo lus troso da Ursa Maior”. Para retardar o instante da revelação, cada cena é antecedida do seu respectivo “plano” – voz neutra de um narrador que, à semelhança do coro na tragédia grega, convida o leitor a acompanhar de perto o drama do ser que sabe: a m entira não existe mentir é só uma forma de dizer a verdade. Em suma, poesia da melhor qua­lidade, amorosamente extraída de um dos mitos do nosso tempo, essa fulgurante Marilyn Monroe/Nor­ma Jeane, que enquanto aguarda o fotógrafo da  Vogue  é flagrada pelo olhar inquieto do poeta Con­tador Borges. Carlos Felipe Moisés
Autor(es):
Contador Borges, Luís Augusto
Dimensões:
19,0cm x 14,0cm x 3,0cm
Páginas:
96
Acabamento:
BROCHURA
ISBN:
9788573213720
Código:
167783
Código de barras:
9788573213720
Edição:
1
Data de Edição:
01/01/2021
Idioma:
Português
Peso:
15
  • Informações do produto Seta - Abrir
    O OLHAR DO FOTÓGRAFO, O OLHAR DO POETA Nascida Norma Jeane, Marilyn Monroe tinha lampejos como: “Pri­meiro preciso convencer a mim mesma de que sou uma pessoa. Depois talvez me convença de que sou uma atriz”. É imediato associar tal inquie­tação à ir onia de um Álvaro de Campos: “Conheceram-me logo por quem não era e não desmenti e perdi-me”, ou à de um Bernardo Soares: “Sonhar é muito mais prá­tico que viver”. Fernando Pessoa é talvez quem esteja mais à mão, mas poderíamos pensar em vários outro s poe­tas, artistas e pensadores com os quais Marilyn dialoga, de Nietzsche a Deleuze, todos empenhados em esta­be­lecer o limite entre norma e exceção, verdade e mentira – a vertiginosa perquirição da identidade em crise. Tal é o entrecho do poema d ramático  A cicatriz de Marilyn Mon­roe, longo monólogo em que Marilyn divide a cena com seu duplo, Norma (ou seria o contrário?), enquanto aguarda a chegada do fotógrafo da  Vogue. Enquanto espera, Marilyn mergulha fundo em si mesma, dispost a a se revelar por inteiro, e diz, brincalhona e fatal, ao fantasma do fo­tó­grafo: “Vamos ver se você segu­ra o tranco, se é bom de câ­ma­ra, / se a alma não sai pela boca quando eu ficar bem perto, / à queima-roupa, e abrir os olhos / para além da metáfora de florir”. Mirando-se no espelho, Norma reconhece: “Perdi a vida por amar o disfarce”. Mas imediatamente em seguida, na mesma frase, Marilyn retruca: “o artifício é o dom / dos que não se contentam com pouco e cavalgam alheios / no pelo lus troso da Ursa Maior”. Para retardar o instante da revelação, cada cena é antecedida do seu respectivo “plano” – voz neutra de um narrador que, à semelhança do coro na tragédia grega, convida o leitor a acompanhar de perto o drama do ser que sabe: a m entira não existe mentir é só uma forma de dizer a verdade. Em suma, poesia da melhor qua­lidade, amorosamente extraída de um dos mitos do nosso tempo, essa fulgurante Marilyn Monroe/Nor­ma Jeane, que enquanto aguarda o fotógrafo da  Vogue  é flagrada pelo olhar inquieto do poeta Con­tador Borges. Carlos Felipe Moisés
  • Especificações Seta - Abrir
    Autor(es):
    Contador Borges, Luís Augusto
    Dimensões:
    19,0cm x 14,0cm x 3,0cm
    Páginas:
    96
    Acabamento:
    BROCHURA
    ISBN:
    9788573213720
    Código:
    167783
    Código de barras:
    9788573213720
    Edição:
    1
    Data de Edição:
    01/01/2021
    Idioma:
    Português
    Peso:
    15